No encerramento do Simpósio de Tributação Internacional do G20, nesta quinta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a taxação internacional de super ricos como o terceiro pilar da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para enfrentar as mudanças climáticas no mundo.
O ministro pontuou que a crise climática não está dentro das fronteiras, tampouco é nacional, mas é um problema que precisa ser resolvido globalmente.
Ele também destacou que a concentração de riqueza é ainda mais discrepante entre países do que entre indivíduos das próprias nações.
Segundo ele, as instituições, organismos multilaterais, bancos multilaterais e relações internacionais precisam ser repensados para achar uma solução de financiamento para o problema climático do mundo.
No âmbito do G20, o Brasil, a França, autoridades de Espanha, Alemanha e África do Sul discutiram um plano que exigiria que os multimilionários pagassem impostos no valor de pelo menos 2% da sua riqueza total todos os anos.
Contudo, a ideia tem enfrentado obstáculos nos Estados Unidos e outros países. A secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, disse se opor a uma proposta de imposto global sobre a riqueza dos bilionários.
Na ocasião, Haddad afirmou que a proposta do Brasil é para coordenar as instituições e que ganhou peso em “pouco tempo”.
Mas o ministro também ponderou que, apesar de outros países “vacilarem” em aderir, a proposta ainda pode ser discutida, pois “há uma consciência de que algo precisa ser feito”.
O chefe da equipe econômica também pontuou que o Brasil tem experiência com relação à desigualdade social, embora ainda tenha “muitos desafios” a enfrentar. Mas que isso faz do país um “laboratório” para encontrar soluções para problemas globais.
“O Brasil é um pequeno mundo, porque a desigualdade no Brasil é muito parecida com a desigualdade mundial. Então, somos aqui o laboratório do que precisa mudar, encontrar o caminho de alteração. E a pauta socioambiental exige necessariamente repensar os mecanismos de ação. Não vamos dar conta só com mecanismos nacionais, nós precisamos nos coordenar internacionalmente para que isso tenha uma consequência”, frisou.