Quase 40% dos consumidores brasileiros deixam de comprar em empresas com escândalos de desrespeito aos empregados.
O dado é de um mapeamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre a influência da sustentabilidade no comportamento de compras.
Segundo o levantamento, 38% dos homens e 39% das mulheres se abstêm de fazer compras nesses locais.
O estudo aponta ainda que 56% dos entrevistados dão preferência a marcas não associadas ao trabalho infantil ou análogo à escravidão.
Também no recorte das questões éticas, o mapeamento concluiu que 36% dos homens e 38% das mulheres deixam de comprar em empresas com escândalos de fraude e corrupção.
Consumo consciente
Enquanto isso, 65% dos entrevistados afirmaram que fazem muitas pesquisas de preço antes de comprar qualquer produto ou serviço.
Já uma parcela menor, de 29%, respondeu que, quando o assunto é comprar, é muito moderada. Ou seja, nem muito econômica, nem muito gastadora, conforme aponta a pesquisa.
Apenas 6% dos entrevistados responderam que se desejam algum produto ou serviço, compram sem pensar.
Práticas sustentáveis
Como uma das atitudes mais frequentes no dia a dia dos entrevistados, 58% dos homens e 57% das mulheres afirmaram que compram produtos em refil para reutilizar embalagens que já possuem.
Anda assim, 33% dos homens e 36% das mulheres afirmaram que deixam de comprar em empresas que desrespeitam o meio ambiente.
Apesar disso, apenas 7% dos homens e 8% das mulheres disseram apoiar financeiramente organizações socioambientais.
“O resultado desta pesquisa nos mostra um consumidor cada vez mais consciente e preocupado com o impacto de suas escolhas. Isso reflete um amadurecimento do mercado e a necessidade de empresas se adequarem às novas demandas de sustentabilidade e responsabilidade social”, explica José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.
Turismo sustentável
A pesquisa também fez um recorte de avaliação do perfil dos entrevistados no contexto de viagens. Com isso, 55% dos consumidores apontaram considerar as práticas sustentáveis importantes na hora de escolher o destino turístico.
Por outro lado, 51% disseram que não estão dispostos a pagar sobretaxas de passagens aéreas para compensar a emissão de gases do efeito estufa.
Ainda assim, 38% disseram que pagariam se tivessem mais informações sobre os resultados das ações.
Apenas 11% disseram que já pagam a taxa extra.