A ABRACEEL (Associação Brasileira de Comercializadores de Energia) divulgou, nesta quarta-feira (10), o balanço do mercado livre de energia em 2023.

No ano passado, as transações neste ambiente movimentaram aproximadamente R$ 100 bilhões, considerando o faturamento líquido de impostos, encargos e tarifas de uso do sistema de transmissão e distribuição. O volume total de energia transacionada foi de 114.967 MWmed.

O mercado livre encerrou o ano com 38.531 unidades consumidoras, representando um aumento de 15%, ou seja, 7.169 novas unidades ingressaram neste modelo de negociação de energia elétrica.

Ao analisar o desempenho por setores de atividade, observa-se um crescimento acima de dois dígitos em todos os 15 setores monitorados, com destaque para os segmentos de Saneamento (51%), Transporte (45%), Serviços (34%), Comércio (22%), Minerais Não-Metálicos (22%), Alimentícios (21%) e Manufaturados Diversos (17%).

Atualmente, o mercado livre representa 41% de toda a energia elétrica consumida no Brasil, totalizando 24.154 MWmed. O país conta com 517 comercializadores atacadistas e 103 comercializadores varejistas. Esses agentes transacionaram 72.153 MWmed em 2023, o que representou 68% de toda a energia negociada no segmento.

Segundo a ABRACEEL, cerca de 55% da geração renovável é vendida no mercado livre, seguindo a seguinte estratificação:

  • 49% eólica;
  • 77% biomassa;
  • 58% PCH;
  • 59% solar.

“Ao longo de 2023, os consumidores do mercado livre economizaram cerca de R$ 333 bilhões em suas contas de luz”, afirma a associação. Desde janeiro, tal mercado está aberto para todas as empresas conectadas em média e alta tensão, conhecidas como Grupo A.

Segundo a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), cerca de 19 mil consumidores já notificaram a intenção de deixar o ambiente regulado entre 2024 e 2025, sendo 94% desses com consumo inferior a 500 kW, classificadas como clientes varejistas.

Um estudo da ABRACEEL mostrou que a abertura do mercado para baixa tensão tem o potencial de gerar R$ 35,8 bilhões de economia por ano – em comparação ao que esses consumidores pagam no mercado regulado. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acredita que a abertura total pode acontecer até 2030.