Conforme publicado no Canal Solar, o MME (Ministério de Minas e Energia) confirmou que o Brasil pretende incluir o armazenamento de energia no próximo leilão de reserva de capacidade, previsto para agosto deste ano.

A decisão da Pasta motivaram a discussão entre a ABAQUE (Associação de soluções de armazenamento de energia), ABEEÓLICA (Associação brasileiras de energia eólica), ABSAE (Associação soluções de armazenamento de energia), ABSOLAR (Associação de energia solar fotovoltaica) e ABINEE (Associação de indústria elétrica e eletrônica) sobre a necessidade e a viabilidade da inserção de soluções de armazenamento associadas à geração renovável no leilão de reserva de capacidade de 2024.

Em nota divulgada em conjunto, as entidades expressam a importância do sistema de armazenamento como um impulsionador para a transição energética no país, visando uma economia de baixo carbono.

No documento, as associações argumentam que essas soluções são compatíveis com a demanda do sistema elétrico, contribuindo para a redução de perdas de energia limpa e renovável, além de ressaltar a redução de custos e a existência de fabricantes locais desses sistemas.

Além disso, afirmaram que embora nessa primeira versão o armazenamento associado à geração renovável não tenha sido considerado, as publicações recentes demonstram que há por parte do MME a intenção e o compromisso com a inclusão destas soluções integradas; o que reafirma o protagonismo do Brasil na transição energética.

Para acessar a nota completa, clique aqui.

Avanços e considerações sobre o armazenamento de energia

Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o sistema de armazenamento fornece energia por um período específico de tempo, que vai de uma a quatro horas por dia, conforme a demanda do sistema elétrico.

Na nota, as entidades também destacam a importância de um módulo de gestão para soluções de armazenamento no modelo DESSEM* de programação de operação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o que permite a integração e a capacidade de despachar energia no SIN (Sistema Interligado Nacional).

As associações ainda comentam sobre a capacidade de redução das perdas de energia limpa e renovável em horários de excesso de geração, uma vez que soluções de armazenamento permitem a transferência desta energia para os momentos de maior carga.

Outro ponto de destaque trazido pelas associações é sobre a redução dos custos das soluções de armazenamento em mais de 50% nos últimos dois anos em todo o mundo e a existência de fabricantes desse tipo de solução no país.

Por fim, as associações afirmam que além dos sistemas de armazenamento já serem uma realidade no Brasil, com diversos projetos em operação validados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), e no mundo, com mais de 30 GW de novos projetos de armazenamento implementados anualmente; isso atesta a segurança e relevância dessa tecnologia para o Sistema.

“Da mesma forma, confiam que não apenas o MME, mas as demais entidades do setor elétrico serão capazes de promover um Leilão competitivo que garanta modicidade tarifária, segurança e qualidade da energia”, diz a nota.

“Sublinhando o armazenamento de energia como um pilar essencial para alinhar o Brasil às tendências globais de transição energética, reafirmando um compromisso nacional com o desenvolvimento sustentável e a promoção de uma economia de baixo carbono”, complementa.

 

* O Modelo DESSEM ou Modelo de Despacho Hidrotérmico de Curtíssimo Prazo é uma modelagem matemática para otimização, que foi desenvolvido pelo Cepel (Centro de Pesquisa de Energia Elétrica), da Eletrobras.


 

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