O cultivo e a pesquisa de uma espécie de alga (Kappaphycus alvarezii) será tema de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado.
A reunião ainda não tem data definida para ocorrer.
Em seu requerimento, o senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que a alga pode se tornar um “importante motor de desenvolvimento” para as regiões costeiras do Brasil.
“Componentes que importamos da Rússia ou da Ucrânia podem ser substituídos, pelo menos parcialmente, com a produção e o estudo aprofundado das propriedades da Kappaphycus alvarezii, reduzindo a dependência do Brasil desses insumos que vêm de outros países”, disse Seif.
Foram convocados para o encontro:
- Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pesca e
Aquicultura; - Valeria Gress Gelli, pesquisadora do Instituto de Pesca de
São Paulo; - Alex Alves dos Santos, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri);
- David Vilas Boas de Campos, pesquisador da Embrapa Solos;
- Leonardo Cabral Costa, membro da Câmara Setorial de
Maricultura.
O que é?
A Kappaphycus alvarezii é uma macroalga exótica, originária das Filipinas, que é usada comercialmente por ter grande importância para diversos setores da economia. Entre eles:
- Agricultura: como bioinsumo, promove o crescimento de plantas, a qualidade do solo e a resistência vegetal a doenças.
- Pecuária: na alimentação animal, melhora o desempenho e a saúde dos bichos.
- Indústria: rica em compostos com propriedades espessantes, gelificantes e emulsificantes, é utilizada em diversos produtos, inclusive farmacêuticos e cosméticos.
- Sustentabilidade: contribui para a fixação de carbono, auxiliando na mitigação das mudanças climáticas e também na reconstrução de ambientes marinhos.
Locais de produção
A alga que será tema de debate no Senado tem preferência por:
- Aguas rasas, claras e limpas;
- Altos níveis de iluminação;
- Temperaturas da água entre 20 e 32 C;
- Salinidade superior a 30 partes por mil.
O cultivo de Kappaphycus alvarezii é permitido no Brasil, por meio de instrução normativa do Ibama, no litoral de Santa Catarina, do Rio de Janeiro e São Paulo.
A atividade gera de postos de trabalho e renda para as comunidades litorâneas que mantêm fazendas marinhas com a espécie.
Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostram que a Kappaphycus alvarezii foi uma das algas mais produzidas mundialmente entre 2000 e 2002 (4,2 milhões de toneladas).
*Com informações da Agência Senado