Durante a Cúpula do G20, Brasil, Índia e Estados Unidos lançaram a Aliança Global de Biocombustíveis. O presidente Lula (PT) participou da cerimônia junto de outros chefes de Estado.
A iniciativa busca estimular a produção e o uso desse tipo de combustível — especialmente o etanol — e surge em meio ao programa nacional indiano de biocombustíveis, que inclui a adoção de 20% de mistura de etanol na gasolina à fabricação de automóveis de categoria flex, além do desenvolvimento e produção de biocombustíveis de segunda geração.
Segundo o governo federal, o Brasil e a Índia trabalharam juntos para o desenvolvimento da política, em nível governamental, acadêmico, tecnológico e empresarial.
A analista de economia da CNN Débora Oliveira avalia que a medida é positiva e que aumenta ainda mais a vantagem competitiva do Brasil.
Em 2022, o país conseguiu ultrapassar os EUA na produção de milho — commodity que tem forte potencial de produção de etanol.
Na análise de Débora, o aumento se deve a vários fatores, como a falta terreno para plantio no solo americano e o dólar mais forte, por exemplo. Além disso, o fato do Brasil ser o único país do mundo capaz de produzir três safras de milho no ano.
A analista afirma que isso aumenta a vantagem do Brasil em relação aos EUA no que diz respeito ao etanol à base do milho, que hoje corresponde a apenas 15% da produção total do combustível.
O presidente Lula se pronunciou sobre o tema na madrugada desta segunda-feira, durante um pronunciamento ao vivo.
“Continuamos aperfeiçoando a produção de etanol. O Brasil é um país que tem uma competência extraordinária, um domínio único dos biocombustíveis e achamos que essa iniciativa Modi, Biden, Lula e Argentina é muito importante para o nosso futuro”, explicou.
“Finalmente o mundo está se dando conta que os biocombustíveis podem resolver o grande problema que é a emissão de gases do efeito estufa pelo derivado de petróleo”, disse.
Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) revelam que a produção global de biocombustíveis sustentáveis precisa triplicar até 2030 para que o mundo possa alcançar emissões líquidas zero até 2050.
Os biocombustíveis líquidos forneceram mais de 4% do total de energia para os transportes em 2022, e especialistas acreditam num potencial crescimento.
De acordo com o governo federal, o uso de biocombustíveis na aviação e na navegação aumentará o consumo mundial e a necessidade de ampliação do número de fornecedores.