A Volkswagen disse nesta sexta-feira (24) que desenvolverá uma nova plataforma para veículos elétricos de nível básico na China e usará mais componentes locais para reduzir custos.
A estratégia adotada pela empresa alemã visa recuperar terreno perdido no maior mercado automotivo do mundo.
A nova arquitetura, conhecida como Plataforma Principal A, será criada para atender aos gostos dos consumidores chineses no que diz respeito à bateria e acionamento do motor elétrico, disse o presidente da montadora para a China, Ralf Brandstaetter, durante visita ao novo centro de desenvolvimento de veículos elétricos na cidade central de Hefei.
Brandstaetter avalia que os compradores chineses de carros novos são mais jovens, entendem de tecnologia e gostam de uma experiência digital imersiva em seus carros.
Derivada da plataforma modular (MEB), em uso pela Volkswagen desde 2019, a nova arquitetura usará principalmente fornecedores chineses e deverá estar pronta para o mercado chinês em 2026, um terço mais rápido do que os tempos anteriores de desenvolvimento, acrescentou.
A empresa disse que planeja introduzir mais 10 modelos de carros elétricos globalmente até 2026 e acelerar o tempo de comercialização de novos veículos de quatro anos para mais perto da média de 2,5 anos de suas contrapartes chinesas.
A China é um mercado muito “sensível ao preço” e a Volkswagen precisa otimizar os custos, disse Brandstaetter.
“Quando o volume aumenta, é importante que sejamos lucrativos para sermos sustentáveis. Portanto, impulsionamos as tecnologias, a velocidade e a eficiência de custos.”
Ludger Luehrmann, diretor de tecnologia do centro de Hefei, que se chama Volkswagen Group China Technology Company (VCTC) e está desenvolvendo a plataforma, disse que a empresa conseguiu reduzir o preço de suas telas de painel em 37% depois de mudar de um fornecedor global para um chinês.
A Volkswagen cedeu o título de marca mais vendida na China para a BYD no final do ano passado, devido à sua forte dependência de veículos a gasolina, cujas vendas têm diminuído no país.
O carro elétrico mais vendido da Volkswagen, o ID.3, ficou em 22º lugar entre os modelos elétricos na China este ano, depois que grandes descontos aumentaram as vendas mensais para cerca de 10 mil entre julho e outubro, em comparação com uma média de 2.200 por mês no ano passado, de acordo com dados do setor.
Modelos de nível básico
A Volkswagen planeja desenvolver quatro modelos com preços entre 140 mil yuanes (cerca de R$ 95 mil) e 170 mil yuanes (cerca de R$ 116 mil) baseados na nova plataforma para competir com rivais em um segmento atualmente dominado por carros a gasolina, disse Brandstaetter.
Os carros seriam produzidos pelas joint ventures da Volkswagen com a SAIC e a FAW, acrescentou.
A Volkswagen investiu cerca de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,36 bilhões) no centro de desenvolvimento, que, segundo a empresa, é crucial para sua “estratégia China para a China” e acabará empregando mais de 2.000 pessoas.
As operações do centro incluem a coordenação com fornecedores desde o início dos projetos e a conexão do desenvolvimento das três joint ventures da Volkswagen na China.